Companhia Formiga Atómica inventou pandemia “para não fazer má figura”

© Agathe Poupeney
Esqueçam o morcego, o pangolim ou o mercado de Wuhan. A pandemia de Covid-19 foi criada no subpalco da Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII), em Lisboa. Pelo menos é o que revelou uma fonte ao Fake Weekly.
Segundo a fonte, que prefere manter-se no anonimato, tudo começou durante os ensaios do espectáculo “FAKE”, a nova criação da companhia Formiga Atómica. A dupla de autores, Inês Barahona e Miguel Fragata, terá ficado assustada com a aproximação da data de estreia e decidiu inventar uma manobra de distracção para, de acordo com a denúncia, “não fazer má figura” junto do TNDMII e do público.
“Eles nunca tinham feito um espectáculo só para adultos e bloquearam”, resume a fonte, que trabalha há alguns anos no TNDMII. Barahona e Fragata aproveitaram as notícias que, em Janeiro, falavam de um novo vírus da pneumonia na China e decidiram engendrar um plano – que involuntariamente acabou por se tornar o seu maior espectáculo até agora. “Na altura, achei estranho a Inês Barahona estar sempre a um canto a falar ao telemóvel em mandarim”, acrescenta.
O texto não estava finalizado, os actores sentiam-se desmotivados, os ensaios seguiam mais do que atrasados e a estreia a 19 de Março estava cada vez mais próxima. “Normalmente eles roubam as ideias aos miúdos durante a fase de pesquisa, mas desta vez quiseram nadar para fora de pé”, acrescenta a fonte, que é também encenador e dramaturgo.
Assim, Inês Barahona terá dado indicações aos seus contactos na Organização Mundial de Saúde para que começassem a dar maior eco às notícias que vinham de Wuhan, na China. “O Miguel [Fragata], por sua vez, andou a distribuir panfletos alarmistas sobre o vírus nos transportes públicos – quando podia estar a trabalhar na peça”, explicou a fonte anónima, que ocupa o cargo de director artístico do TNDMII desde 2014.
A equipa do espectáculo não quis prestar quaisquer declarações ao nosso jornal. Na verdade, o Fake Weekly apurou que todos estabeleceram um pacto de silêncio até à nova data de estreia de FAKE, agendada para 17 de Outubro.
Entre Março e Junho, a dupla conseguiu atar as pontas soltas do espectáculo e, embora a situação tenha ficado fora do seu controlo, ainda conseguiram aproveitar uns dias de férias. “Eles até inventaram uma doença que se transmite através de gotículas para que se pudessem rir à vontade disto tudo por baixo das máscaras”, declarou Tiago Rodrigues.